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O Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão Ações Afirmativas na UFMG integrou o conjunto dos 27 projetos aprovados no Concurso Nacional Cor no Ensino Superior, promovido pelo Programa Políticas da Cor, do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ, com apoio da Fundação Ford, no ano de 2001. Tratou-se de uma proposta que apresenta estratégias de intervenção com vistas a reduzir os efeitos antidemocráticos dos processos de seleção e exclusão social impostos aos(às) afro-brasileiros(as) e a promover a permanência bem sucedida de estudantes negros(as), sobretudo os(as) de baixa-renda, regularmente matriculados(as) nos cursos de graduação da UFMG. Visou também a entrada destes(as) nos cursos de pós-graduação.

Inicialmente, o Programa se estruturou a partir de duas linhas de ação. A primeira envolveu atividades para apoiar os(às) estudantes beneficiários(as) do programa, tanto do ponto de vista acadêmico, quanto material. A segunda voltou-se para o desenvolvimento de sua identidade étnico-racial, a partir de debates, no interior da universidade, acerca da questão racial na sociedade brasileira e do envolvimento dos(as) estudantes em atividades de ensino, pesquisa e extensão.

O Ações Afirmativas na UFMG, desde o ano de 2002, vem criando e implementando políticas de ações afirmativas destinadas às pessoas negras, indígenas e quilombolas na UFMG. Trata-se de uma proposta de Ação Afirmativa que busca articular atividades de ensino, pesquisa, extensão e internacionalização, em torno de temas como educação, cultura, políticas públicas, formação de professores e relações raciais, entre outros.

O Programa foi idealizado e criado pela professora Nilma Lino Gomes – FaE/UFMG e o professor Luiz Alberto Oliveira Gonçalves – FaE/UFMG (in memoriam), e, desde então, conta com a participação de servidores(as), docentes e técnicos(as), de diferentes unidades acadêmicas, estudantes, docentes da educação básica e ativistas do movimento negro.

O trabalho realizado pelo Programa estrutura-se a partir de cinco linhas de ação, quais sejam:

  1. Ações na UFMG: está orientada a fortalecer as políticas de Ações Afirmativas no âmbito da universidade. São algumas das ações desenvolvidas: Criação da Formação Transversal em Relações étnico-raciais e História da África; Criação da Diretoria de Ações Afirmativas no âmbito da PRAE, Criação da Comissão de Heteroidentificação, Projeto Pra Quem as Cotas?, etc.

  2. Pós-graduação: visa o ingresso e o fortalecimento da participação de estudantes na Pós-graduação, incentivo na produção acadêmica e participação em debates. Aprovação da Resolução nº 02/2017 – Reserva de vagas para negros(as), indígenas e pessoas com deficiência na Pós-graduação da UFMG e a oferta de turmas no Curso de Extensão Pré-acadêmico Afirmação na Pós.

  3. Pesquisa: iniciação científica, dissertações e teses no âmbito das políticas educacionais para a diversidade, as práticas pedagógicas de trabalho com a Lei 10.639/03, a educação quilombola, as políticas de ações afirmativas, a branquidade, a história africana e afro-brasileira, etc. Grupo de Estudo Ações Afirmativas (GEAA) formado por graduandos(as) de diferentes cursos da UFMG.

  4. Relação com a Educação Básica: Fortalecimento das distintas ações de formação de professores(as) da educação básica (cursos de curta e longa duração), palestras e seminários. Alguns cursos realizados: Curso de Aperfeiçoamento em história e cultura africana e afro-brasileira, Curso de Especialização e Curso de Aperfeiçoamento em Políticas de Promoção da Igualdade Racial e Curso de Aperfeiçoamento em Educação Escolar Quilombola.

  5. Internacionalização: promoção de intercâmbios acadêmicos de estudantes de graduação e pós-graduação. Ações já realizadas: Participação no Programa Internacional de Apoio à Pesquisa e ao Ensino por meio da Mobilidade Docente e Discente Internacional (CAPES AULP), Abdias Nascimento – intercâmbio com o Centro de Estudos Sociais (CES/Coimbra). Minicurso Memória e Emancipação.

 

Para saber mais sobre o Ações assista o documentário: